Vereadores de Cascavel derrubaram ontem, durante sessão ordinária, o veto do prefeito Edgar Bueno (PDT) ao projeto de lei que dispõe sobre a proibição de abastecimento de combustíveis “até a boca”. A proposta, de autoria do vereador Jorge Bocasanta (PT), tem o objetivo de conscientizar os consumidores e frentistas de postos de combustíveis sobre os riscos à saúde ocasionados pelo benzeno, que pode poluir o meio ambiente e prejudicar a saúde das pessoas.
   O projeto foi vetado pelo prefeito com a justificativa de “que a Secretaria de Saúde já realiza campanhas de conscientização quanto à contaminação com benzeno”. O prefeito também justificou “que o projeto de lei não contempla a quem caberia a responsabilidade de fiscalização dos postos de combustíveis e a aplicação de multa”. 
      No entanto, o veto foi derrubado por unanimidade pelos vereadores, que debateram bastante a questão. “Trata-se de um assunto importante, uma vez se refere à saúde do trabalhador e à poluição ambiental. Por isso, votei pela derrubada do veto”, afirmou o vereador Rui Capelão (PPS). De acordo com Bocasanta, o principal objetivo é orientar frentistas, trabalhadores e população em geral sobre a importância de abastecer o tanque até o automático, pois essa ação reduz a exposição ao benzeno, substância cancerígena presente na gasolina.
     Encher o tanque “até a boca” é considerada uma atitude comum de muitos motoristas, mesmo depois que a trava de segurança da bomba é acionada. No entanto, há quem denuncie que a medida gera prejuízos ao meio ambiente, à saúde do frentista e ao próprio veículo. Caso haja excesso de combustível, o filtro instalado na entrada do tanque fica inundado e não consegue filtrar todo o vapor que passa por ele, contribuindo para a eliminação de alguns elementos, como o benzeno, que podem tanto danificar o motor do carro como poluir o meio ambiente e prejudicar a saúde de quem manuseia a bomba.
     O benzeno, por exemplo, quando é vaporizado no ambiente, penetra no organismo pelas vias respiratórias, cai na corrente sanguínea e depois se oxida no fígado. Essa determinação de encher o tanque só até o automático já é lei em vários estados do País, incluindo Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Se promulgada, a lei de Cascavel será a primeira do interior do Paraná, que também já tem lei estadual que trata do mesmo assunto.